Timamoco no SPTV

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A Villa Anna foi feita de restos de demolição e de obras, mas ficou bonita e sobrevive há mais de 80 anos numa região movimentada da capital. O SPTV visitou essa vila antiga, que desafia os grandes edifícios e guarda um segredo no porão.

No encontro das avenidas Dr. Arnaldo com Heitor Penteado tem barulho e transito o dia inteiro. Talvez as pessoas nem notem que no lugar há uma entrada para a Villa Anna, do fim do século 19. Ela foi construída pelo antigo dono de uma casa azul, no terreno onde ficava o quintal.

A vila foi idéia do empreiteiro Angelo Morronne, descendente de italianos. E o nome foi uma homenagem à mulher, Anna Russo.

Na entrada do lugar há um grande corredor ladeado por plantas. Na vila, as cinco casas são as originais, geminadas e com dois andares. Os beirais de telha arredondada ainda são os de antigamente, acompanhando as fachadas. Tem a velha caixa de correio e detalhes de azulejos decorativos. A diferença é que antes as casas eram residenciais. Hoje, abrigam escritórios.

Quem cuida da conservação é o neto de seu Angelo, o administrador Tibério Morrone, que trabalha na casa 1. “O meu avô foi construindo a vila com material usado”, contou.

A porta da casa de Tibério tem 80 anos e veio da Escola de Comércio Álvares Penteado. As iniciais estão nas grades. Sobrou numa reforma feita pelo velho empreiteiro.

É uma história semelhante ao do belo vitral junto à escada de granito e guarda-corpo em ferro da casa do avô. Se ninguém queria, na casa tinha utilidade. Esta delicadeza convivia lado a lado com as janelas de grades rústicas, também restos de demolição.

Para a Villa Anna manter parte do clima italiano, há vasos de flor por toda parte. Há muito verde também em torno do antigo oratório conservado por Tibério, onde Nossa Senhora do Carmo tem um cenário diferente. A pequena gruta está coberta de unha de gato natural, plantada por ele.

No meio do corredor que leva para a vila há uma porta em arco que se abria para um dos locais preferidos da família. Na parte de baixo da vila há uma área grande com ambientes abertos e um grande salão fechado. É o que o avô Ângelo chamava de Salão de Festas. São 600 metros quadrados que ocupam quase toda extensão da vila. Era nesses cômodos que a avó costurava, pintava seus quadros e guardava suas coisinhas. O avô adorava ver os netos cantando em italiano na espécie de palco em que eles se apresentavam para toda a família.